Fundo imobiliário de cemitério começa a vender ativos para pagar dividendos e capta R$ 4 milhões

Valor Investe (Íntegra da notícia)

30/06/2020

Este ano, cotistas aprovaram a venda de até 40% do que o fundo detém no grupo de cemitérios Cortel. O objetivo do desinvestimento é permitir que investidores comecem a realizar lucro

O fundo imobiliário de cemitérios Brazilian Graveyard and Deathcare Services (FII CARE11) iniciou esta semana uma fase de desinvestimento, conforme aprovado em assembleia em abril. Ao todo, foram vendidas 76.016 ações ordinárias de um ativo específico que o fundo detém, a participação no grupo Cortel, principal administradora privada de cemitérios, jazigos e serviços funerários do país. Com o valor unitário das ações a R$ 52,62, o negócio totalizou R$ 4 milhões.

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A venda foi feita para outro fundo de investimento em cemitérios, o Zion Capital Fundo de Investimentos Imobiliário, administrado pela gestora Zion Invest.

O CARE11 é um fundo destinado ao público em geral (pessoa física, jurídica, investidores qualificados e profissionais) e sua carteira possui ativos em diferentes estágios de maturação. Entre os ativos mais maduros, estão ações da Cortel Holding.

O segundo fundo (da Zion) não é negociado na bolsa, ou seja, não possui liquidez no mercado secundário e destina-se ao investimento especificamente neste ativo, Cortel. O fato de não ser negociado em bolsa faz com que o perfil de investidores seja diferente, institucionais e qualificados.

Em assembleia realizada em meados de abril, os cotistas do CARE11 aprovaram a venda de até 40% da participação que o fundo tem no grupo Cortel. Até ontem, o fundo detinha 17,7% das ações do Cortel. Como esta primeira rodada de investimento foi de apenas 0,8% da participação que o CARE11 tem no Cortel, agora o fundo imobiliário detém 16,90% da empresa, que é a principal no segmento de cemitério no Brasil e hoje vale R$ 500 milhões. Há dois anos, quando o CARE11 investiu no Cortel, a companhia valia R$ 350 milhões. Ou seja, houve uma valorização neste período de 42%.

A participação no grupo Cortel é hoje 23% do total do patrimônio do CARE11.

Desenvestimento

Segundo os representantes do fundo, a estratégia do desinvestimento foi dar aos cotistas a alternativa de realizarem o investimento, uma vez que o fundo já atingiu seu estágio de maturidade e apresenta receitas positivas constantes. O retorno da carteira em dois anos foi de aproximadamente 40%.

A assembleia, que aconteceu em abril, autorizou a venda de 734,4 mil ações que o fundo possui da Cortel Holding (40% do total do investimento) ao longo de 12 meses.

Dividendos

De acordo com o fato relevante disponibilizado na página da CVM, o pagamento da primeira rodada de vendas das ações do FII CARE11 ocorre no mês de julho, e, após apurações de resultados, deverá ocorrer a distribuição de dividendos aos cotistas do fundo, o que posiciona o FII CARE11 como um dos grandes beneficiados desse processo de desinvestimentos.


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